Anita Collins afirma através de estudos que, quando nascemos, ouvimos a voz da nossa mãe como se fosse música! Fantástico? Isso é um indicador de que todas e todos nós nascemos com o potencial para aprender música!
Para o um real aprendizado musical, a Badalu entende que o importante é estar imerso em um ambiente rico musicalmente e emocionalmente, com várias tonalidades e modos, zelo, ritmos, respeito, timbres... proporcionando os estímulos e apoios necessários para que esse potencial se desenvolva, gerando conexões e garantindo uma apreensão musical significativa.
Esse meio precisa se basear primeiramente na imersão sonora e prática da música, desenvolvendo habilidades aurais e orais. Através de muitas brincadeiras, proporcionamos um ambiente no qual a audição e a prática sonora (seja ela o canto, percussão corporal ou exploração de instrumentos) são a base para a compreensão da linguagem musical, sendo a leitura e a escrita habilidades desenvolvidas após essa compreensão estar bem estabelecida.
Através de muitas pesquisas e estudos, Edwin Gordon comprova que para aprender música utilizamos dos mesmos caminhos que utilizamos para aprendermos a nossa língua materna. Assim, considerando que a música possui sua sintaxe, seu discurso e se apropriando dela como uma ferramenta de expressão e compreensão, podemos considerá-la uma forma de linguagem!
Nesse paralelo entre o aprendizado da nossa língua materna e o aprendizado da linguagem musical entendemos que quando conversamos com uma criança na sua língua materna, não evitamos falar palavras "difíceis" ou que ainda não fazem parte do vocabulário da criança... pelo contrário, queremos que elas aprendam novos vocabulários e por isso falamos com elas - da mesma forma deve se proceder com o ensino da linguagem musical.
E para o aprendizado da linguagem musical, Gordon afirma que temos dois processos: o da inferência ("interno") e discriminação ("externo").
Imagine a seguinte situação: uma bola azul e uma bola amarela. Aprendemos que uma bola é azul, porque alguém nos diz que a outra é amarela - sabemos também que ambas são bolas. É a partir da exposição aos diferentes que podemos passar para o processo de inferência e comparar de forma autônoma as diferenças e semelhanças!
Assim, quanto mais rico for o ambiente musical no qual a criança está exposta, mais facilmente ela irá entender as estruturas e diversidades musicais!
Mas pera ai… se existe esse paralelo, por que a Badalu preza por um ambiente não verbal e músicas sem letra? Segundo Gordon, a letra pode distrair as crianças dos elementos musicais ou criar relações equivocadas entre língua e música, isso porque elas estão passando pelo processo de aprendizado da língua materna. Isso não significa que não cantamos músicas com palavras, mas utilizamos elas com consciência do que está sendo ensinado e aprendido.
O mesmo se emprega para o ambiente não verbal. Utilizar da música e gestos para conduzir a aula e se comunicar com as crianças, cria um ambiente estimulante para o desenvolvimento das habilidades de comunicação não verbal.
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