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    Badalu Educação Musical
  • há 1 dia


Neste artigo, os autores estabelecem pontes entre dois campos fundamentais para compreender a musicalidade das crianças: a Teoria de Aprendizagem Musical (MLT), de Edwin Gordon, e a Psicologia Histórico-Cultural, de Lev Vigotski. Embora oriundas de contextos diferentes, ambas teorias reconhecem a importância da experiência, da socialização e da linguagem na formação das capacidades criativas das crianças.


Pontos-chave

Vivência como base da criaçãoVigotski e Gordon concordam: a criatividade nasce da experiência. É através da vivência musical — escutar, brincar, experimentar — que as crianças constroem seu vocabulário interno e passam a imaginar e criar com sentido.

  • Audiação e imaginação musicalA audiação, para Gordon, é a habilidade de pensar musicalmente — escutar internamente sons que não estão fisicamente presentes. Vigotski chama esse processo de “ideação”. Ambos os autores valorizam a capacidade humana de operar com estímulos ausentes, criando novos sentidos a partir do que já se viveu.

  • Aprender música como se aprende a línguaGordon propõe que o aprendizado musical segue um caminho similar ao da linguagem oral: primeiro ouvimos, depois nos arriscamos, mais tarde compreendemos e só então formalizamos. Esse processo é essencial para o desenvolvimento da audiação e da criatividade musical.

  • Função social da criaçãoAs ideias musicais que uma criança desenvolve não surgem do nada: elas se apoiam nas relações, nas trocas e nos modelos que têm ao redor. Pais, educadoras e outras crianças são fundamentais para mediar essas experiências de forma significativa.


IMAGINAR É TRANSFORMAR!

A criação musical não se resume a improvisar com um instrumento. É imaginar, experimentar e transformar — algo que, para Vigotski, acontece por meio de duas funções interligadas: a memória (reprodutiva) e a imaginação criadora (combinatória). Ambas são fundamentais para formar crianças criativas e expressivas musicalmente.


Música e infância: uma relação a ser cultivada

Segundo Gordon, se a criança não tem contato com música nos primeiros anos, perde-se uma janela preciosa de desenvolvimento. Vigotski também destaca que há momentos mais oportunos para aprender: não se trata de pressa, mas de respeitar o tempo certo para estimular certas habilidades.

Ambos os autores reforçam: a imaginação, a criatividade e a musicalidade não são dons — são potencialidades humanas que florescem quando o ambiente oferece condições favoráveis, relações afetivas e vivências ricas.


Conclusão

Este artigo nos ajuda a compreender que imaginar e criar musicalmente são atos profundamente humanos, sociais e construídos na infância. Quando oferecemos uma educação musical sensível, rica e intencional, contribuímos para que cada criança se torne autora de suas próprias ideias sonoras.





 
 
 
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    Badalu Educação Musical
  • 15 de abr.

A música, quando aliada ao conhecimento sobre desenvolvimento infantil, transforma não apenas as crianças, mas também quem as acompanha. No segundo post da série Badalu Investiga, vamos nos aprofundar na formação de educadoras musicais a partir de dois referenciais potentes: a Teoria de Aprendizagem Musical de Edwin Gordon (MLT) e a Psicologia Histórico-Cultural de Lev Vigotski.

O artigo “A Teoria de Aprendizagem Musical de E. Gordon em diálogo com a Psicologia Histórico-Cultural de L. Vigotski: subsídio para formação de educadoras(es) musicais”, de Juliana Muniz Villalba e Silvia Cordeiro Nassif, apresenta uma oficina formativa realizada na Unicamp com base nesses dois pilares teóricos.


Acompanhe e descubra como compreender os processos de aprendizagem musical pode impactar profundamente a prática pedagógica – e a própria musicalidade das educadoras! 💛



O que acontece com a musicalidade das educadoras?

A oficina descrita no artigo mostra que, ao entenderem o caminho de aquisição da linguagem musical, educadoras ampliam a consciência sobre sua própria musicalidade. Conceitos como audiar, improvisar e compor deixam de parecer inalcançáveis, e passam a ser compreendidos como parte de um processo de desenvolvimento, tal como aprender a falar. A tarefa semanal de composição e o contato com diferentes modos e métricas ampliaram a expressão musical das participantes.

Vigotski defendia que toda pessoa tem potencial criativo. Ao se apropriar da linguagem musical, a educadora se transforma em sujeito criador – e isso reverbera no modo como se relaciona com as crianças.



Práticas pedagógicas mais conscientes e intencionais

O artigo também mostra como a MLT, em diálogo com a Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski, convida à ressignificação da prática docente. Ao compreenderem os tipos e estágios da audiação preparatória, as educadoras passaram a planejar propostas mais intencionais, adaptadas às singularidades de cada criança e com foco no processo – e não apenas no resultado final, como cantar afinado ou executar um instrumento. Dois paradigmas importantes foram revisitados durante a oficina:


  • Menos fala, mais presença: as brincadeiras musicais não precisam ser explicadas em excesso. Gestos, olhares e a voz cantada podem comunicar com mais eficácia e sutileza do que instruções verbais longas.

  • A força do som sem palavras: músicas cantadas com sílabas neutras, sem letras, permitem que as crianças mergulhem nos elementos sonoros – ritmo, melodia e timbre – sem distrações narrativas, ampliando sua escuta musical.


Conclusão

Formar educadoras musicais na perspectiva da MLT e da Psicologia Histórico-Cultural é mais do que ensinar técnicas. É possibilitar que elas se reconheçam como aprendizes e criadoras, e que conduzam as crianças com escuta, sensibilidade e intenção. Uma boa formação muda não só a prática, mas a forma como se percebe o próprio fazer musical.



Quer saber mais sobre como aprendemos música?

Continue acompanhando a série Badalu Investiga!








 
 
 
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    Badalu Educação Musical
  • 5 de mar.

A música tem um impacto profundo no desenvolvimento infantil, e cada vez mais estudos confirmam sua importância nos primeiros anos de vida. Na série Badalu Investiga, vamos compartilhar pesquisas sobre música, primeira infância, Teoria de Aprendizagem Musical (MLT) e neurociências, trazendo conhecimento para famílias e educadoras que desejam compreender melhor esse universo.


Para abrir a série, começamos com o artigo "O aprendizado musical na primeira infância sob a perspectiva da Teoria de Aprendizagem Musical de Edwin Gordon" de Juliana Muniz Villalba. Acompanhe e mergulhe com a gente nesse campo de estudos que transforma a relação das crianças com a música! 💛


O aprendizado musical na primeira infância sob a perspectiva da Teoria de Aprendizagem Musical de Edwin Gordon


A educação musical na primeira infância pode ser enriquecida quando compreendemos como as crianças aprendem música. A Teoria de Aprendizagem Musical (MLT) de Edwin E. Gordon traz contribuições fundamentais para educadoras(es) musicais, ajudando a estruturar a prática pedagógica com bebês e crianças pequenas. Este artigo, baseado na pesquisa de mestrado de Juliana Muniz Villalba, apresenta reflexões sobre a MLT e sua relevância para a educação musical infantil.



Pontos-chave

Aprendizagem x Ensino: mudança de paradigma

  • Tradicionalmente, abordagens como Orff, Kodály e Dalcroze focaram no ensino musical. A MLT, por outro lado, desloca o foco para a aprendizagem musical.

  • A intencionalidade das aulas de música na primeira infância muitas vezes privilegia a recreação, mas isso não garante a fluência na linguagem musical.

  • Compreender a Sequência de Aprendizado Musical permite unir ludicidade e intencionalidade pedagógica.


Audiação: pensar musicalmente

  • Gordon define audiação como a capacidade de ouvir e compreender música internamente, sem que o som esteja presente.

  • Assim como aprendemos a falar antes de ler e escrever, as crianças precisam vivenciar musicalmente diversos contextos antes de formalizar o aprendizado musical.

  • A ausência de fluência na linguagem musical pode limitar até mesmo musicistas experientes, que executam peças complexas, mas têm dificuldade de improvisar ou compor.


Audiação Preparatória: aprendendo como aprendemos música

  • Inspirada no aprendizado da língua materna, a Audiação Preparatória ocorre em etapas progressivas, desde a escuta passiva até a assimilação ativa dos elementos musicais.

  • A interação com educadoras(es) fluentes musicalmente é essencial para que as crianças desenvolvam sua própria musicalidade.


Princípios da MLT para a Educação Musical Infantil Diversidade musical – Crianças precisam ser expostas a diferentes métricas, modos e gêneros musicais, expandindo seu vocabulário auditivo. Todo-parte-todo – Estruturado como um processo de imersão, análise e aprofundamento, esse princípio facilita a discriminação e compreensão musical. Movimento e Música – A relação entre música e movimento potencializa a internalização rítmica e a coordenação corporal. Brincar musicalmente – O brincar é essencial para o aprendizado infantil, e as propostas musicais devem respeitar essa característica.

Conclusão

A primeira infância é um momento crucial para o desenvolvimento musical. A compreensão da MLT e de seus conceitos permite que educadoras(es) musicais promovam um ensino mais significativo, respeitando o processo natural de aprendizado das crianças. A educação musical vai além da recreação: é um caminho para a autonomia musical e para a vivência profunda da linguagem sonora.

Quer saber mais sobre aprendizagem musical na primeira infância? Acompanhe a série Badalu Investiga e acesse as referências!








 
 
 
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